“Minha vida melhorou muito”, comemora paciente do Hospital Universitário da UFMA sobre transplante ósseo
“Agradeço a Deus por essa oportunidade de ter vindo para o HU-UFMA, agradeço a toda a equipe do hospital pelo ótimo atendimento e agradeço à família que realizou a doação dos ossos e tecidos que me beneficiaram. Ela estará para sempre em minhas orações”. Tamanha gratidão do militar reformado Juarez Sousa, de 64 anos, tem uma razão especial: a melhora da qualidade de vida após o transplante ósseo para a cirurgia de revisão de prótese de quadril realizado no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Juarez sofria com o “encurtamento” de 6 centímetros do membro inferior esquerdo, proveniente de perda óssea progressiva ao longo de 25 anos. “Eu não era feliz. Há seis meses (quando realizou a cirurgia), minha vida mudou para melhor. Andei no mesmo dia em que fiz o transplante. Minha mulher chorou emocionada e minha filha de 4 anos disse que era um milagre. Não sinto mais dores no joelho e estou muito bem”, conta Juarez Sousa, que passou por outras 12 cirurgias no quadril anteriormente.
“O procedimento foi um sucesso. Conseguimos reconstruir o fêmur e corrigir o encurtamento do paciente com o uso de uma haste femoral de revisão e réguas ósseas. O paciente andou no mesmo dia da cirurgia, não precisou de UTI e não precisou de transfusão de sangue. Está no sexto mês de pós-operatório, sem dor e sem queixas. Vida normal”, comenta o médico ortopedista do HU-UFMA, Raul Almeida, que é o responsável técnico pelas equipes de transplante de tecido ósteo-condro-fáscio-ligamentoso do HU.
Juarez Sousa foi o 20º de 21 pacientes já beneficiados por esse tipo de transplante no HU-UFMA, desde 2016, quando recebeu a habilitação, sendo o único no Estado a realizar esse procedimento. “O paciente encontrava-se com muita dor e limitação funcional por soltura de prótese e perda óssea extensa no fêmur. Em março, realizamos a cirurgia de revisão de artroplastia total do quadril esquerdo com reconstrução do fêmur com uso de 2 réguas ósseas”, explica Raul Almeida.
O transplante que mudou a vida de Juarez foi possível graças à doação de órgãos e tecidos, um gesto de solidariedade e empatia com o próximo que tem até uma campanha de incentivo e conscientização social sobre o tema: o Setembro Verde. “A doação muda a realidade das pessoas, muda a vida delas. É muito importante a gente sempre incentivar a doação de órgãos e tecidos, incluindo os osteoarticulares, que são fundamentais para cirurgias de grande porte, como essa realizada em Juarez”, pontua Almeida.
O médico do HU-UFMA destaca ainda que o transplante ósseo é indicado para pacientes com perdas ósseas decorrentes de tumores, trocas de próteses e traumatismo, além dos portadores de deformidades congênitas. “A demanda tem sido crescente daí a necessidade de termos mais doadores. As perdas ósseas por traumatismo com fratura exposta com alto grau de contaminação já são consideradas uma endemia”, comenta o médico, ressaltando que para cada doação, é possível utilizar os órgãos e tecidos para até oito pessoas.