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O CORONA COMPROVOU A MINHA IMBECILIDADE

Por João Melo e Sousa Bentivi

A minha santa mãe, dona Zima, errou feio comigo: desde que me entendi ela dizia que o João era muito sabido. O João era eu e sabido, no interior analfa, era o mesmo que inteligente.

O tempo passa e fui fazendo um monte de presepada, coleção de diplomas e até um doutorado. Agora, com mamãe no céu, tinha a tola ideia de que era um homem das letras e das ciências. Tudo falso e foi necessário um corona, insignificante, produzido na democracia chinesa, para me dar um choque de realidade: sou um beócio.

Tudo se dá em nome da ciência, todos falam em nome da ciência e se alguém falar em contrário, imediatamente será um inimigo da ciência, o problema é que atrás desse nome ciência, tem todo tipo de interesses, alguns meritórios e uma infinidade não tanto, melhor, escabrosos.

O tolinho, aqui, não entende de ciência!

Isolamento vertical ou horizontal? Tem opiniões para os dois lados, mas, de repente, quem defende o vertical virou um fora da lei e defensor da morte. Hidroxicloroquina ou não? Essa droga, após anos curando, principalmente pobres, tornou-se uma droga ideológica, de direita, ao ponto de um médico famoso, tentar escondê-la, mesmo ela tendo lhe salvado a vida. Ingrato, sacana! Ademais é muito barata e os ladrões de plantão não suportam coisa barata.

O tolinho, aqui, não entende nada de terapêutica!

Fique em casa! Tenho já ódio desse bordão e é insuportável as milhares de lives mostrando como os ricos e famosos ficam em casa. Tem apartamento que dá para treinar corrida de 200 metros. Uma verdadeira sacanagem e discriminação para aqueles pobres, em um cubículo de 15 m2, abrigando 20 pessoas, com as tripas roncando, como se dizia em minha Pedreiras. Fome! Graças a Deus que a ajuda federal minimiza o caos.

O burrinho, aqui, também não entende de quarentena, mas sabe muito bem diagnosticar sacanagem e safadeza política.

A maior parte de governos estaduais e municipais nunca deram interesse e seriedade para a saúde pública, aí o corona chegou e a culpa ficou com o corona e como o corona não disputa eleição, escolheram o governo federal como o autor de todas as traquinagens.

Faça uma radiografia para descobrir quantos serviços foram fechados e sucateados nos últimos quatro anos: centenas. Quantos foram abertos? Quase nenhum. O Amazonas é um exemplo. Um estado continental e só tinha UTIs na capital. Quem é o culpado? Governo Federal? Corona? O sacana do prefeito até chorou, mas pela irresponsabilidade deveria chorar na cadeia, apenado por homicídio doloso.

Como disse, no início, o corona fez-me assenhorar de minha burrice e não consigo mais entender nada sobre o corona, mas reconheço facilmente um malandro da política. E toda vez que vejo aquele time paulista no “corona`s show”, afirmando uma cantilena do tal 70%, número mágico que resolveria a pandemia paulista, pergunto-me, com meus botões: e se fosse 69 %? E um dos culpados de não ser os 70% é aquele time de São Paulo, todo dia desobedece a quarentena, o governador é idoso e o esquálido prefeito é, também, do grupo de risco, ou seja, esses dois sujeitos estão diariamente desobedecendo a quarentena, portanto não podem exigir, do homem comum uma obediência em algo, que eles não obedecem.

Dentro da minha imbecilidade, quero propor para as nossas autoridades maranhense um teste de lockdown, pois quem decreta conhece: três dias de lockdown para as nossas autoridades, mas seguindo algumas condições, aliás, uma inocente ideia:
Os deputados maranhenses se confinariam em uma casa no Barreto, os vereadores, no Coroadinho, o promotor e o magistrado, gênese do lockdown, nas imediações de Pedrinhas e o governador, prefeito e secretários, no Fumacê. Como dinheiro não lhes falta, delivery não seria problema.

Dou um doce se o lockdown demorasse 24 horas.
Tenho dito.
João Melo e Sousa Bentivi – Médico otorrinolaringologista, legista, jornalista, advogado, professor universitário, músico, poeta, escritor e doutor em Administração, pela Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal.

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