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DESUMANO | Relatório aponta irregularidades no Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos, crianças usam cadeiras como ‘leitos’ improvisados

Por Isaías Rocha – Jornalista / Advogado

Um relatório produzido pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara de São Luís apontou várias irregularidades no Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos onde vereadores flagraram cadeiras sendo usadas como leitos improvisados para crianças, na semana passada.

O caso ocorreu durante visita realizada no dia 15 de março, numa comitiva que contou com a presença do vereador Zeca Medeiros (Mais Brasil), da co-vereadora do Coletivo Nós (PT), Raimunda Oliveira; e da vereadora Silvana Noely (Mais Brasil), presidente da comissão.

O documento, que contém 14 páginas, detalha falhas na política de humanização por parte da equipe médica, foi apresentado pela vereadora Silvana Noely em plenário na sessão desta quarta-feira (29). O arquivo revela que a saúde na capital maranhense estaria em estado de emergência.

Como não bastasse a doença que aflige quem procura a unidade pública de saúde, os pais e mães que buscam atendimento são submetidos à falta de materiais básicos, equipamentos quebrados, risco de queda no forro e até obrigados a dividir espaço com lama.

“Com relação a estrutura física, é pertinente destacar a verificação de rachaduras nas paredes, identificação de um grande vazamento, oriundo do teto do corredor da Enfermaria I, goteiras em alguns pontos, ausência de camas para pacientes, poltronas para acompanhantes, bem como falta de acessibilidade”, diz trechos do relatório.

Os vereadores, membros da Comissão, ouviram várias reclamações, dos responsáveis e acompanhantes dos pacientes, da capital e do interior do estado, sendo pertinente a demonstração de algumas:

  • Pessoas aguardando por atendimento há mais de 6 (seis) horas;
  • Responsáveis que estavam desde o dia anterior com o filho tomando soro, sem nenhum atendimento médico ou realização de exame, tendo passado apenas na triagem;
  • Reivindicações em virtude da ausência de informações, alimentação adequada, materiais de higiene e fornecimento de alguns medicamentos e outros insumos, com fraldas;
  • Falta de local externo adequado para que familiares/acompanhantes aguardem o paciente.

“Durante a realização da visita técnica ao Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos (Hospital da Criança), foram confirmados diversos problemas, conforme evidenciado, o serviço prestado é precário e a estrutura física está totalmente inadequada ao bom funcionamento”, completa trechos do documento.

Diante dos apontamentos realizados, a Comissão de Direitos Humanos, solicitou o envio das seguintes informações:

  • Ações que serão implementadas, bem como a sequência de procedimentos que serão executados, com a indicação de prazo e a unidade ou setor responsável, para solucionar as irregularidades apontadas;
  • Relatório anual de 2022 e dos meses de janeiro e fevereiro de 2023, com o quantitativo de pacientes atendidos, cidade de origem, procedimentos realizados, número total de funcionários com suas respectivas funções, quantitativo de salas e departamentos em funcionamento do Hospital da Criança, assim como descrição dos atendimentos oferecidos;
  • Explicações, com documentos anexos, concernentes às licitações realizadas e convênios celebrados entre Prefeitura e Governo do Estado, no que diz respeito a reforma e ampliação da referida unidade, assim como as devidas justificativas sobre as recorrentes prorrogações de entrega das obras;
  • Que seja entregue um cronograma com as etapas de conclusão da reforma do Hospital da Criança e estimativa de data para inauguração da unidade;
  • Esclarecimentos sobre as rachaduras nas paredes, alagamento ocorrido ao dia 13 de março do presente ano, goteiras e vazamentos encontrados e demonstrados através das fotos anexas, assim como sobre o número insuficiente de leitos, assentos, poltronas e médicos plantonistas;
  • Informações sobre as unidades que prestam apoio ao Hospital da Criança, a saber: APAE, guichê específico na CEMARC e Unidade Mista do Bequimão, de modo que se faça um relatório com informações de atendimento do ano 2022 e dos meses de janeiro e fevereiro de 2023, com o quantitativo de pacientes atendidos, cidade de origem e procedimentos realizados.

Leia o relatório da vistoria

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